quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Importância do Ensino da Música na Educação Infantil


A música é um grande instrumento nas mãos dos educadores. Ao serem colocadas em prática em sala de aula podem auxiliar no trabalho de lateralidade, de ritmo, de esquemas corporais, de noções de espaço, de socialização, enfim, são ótimas oportunidades educativas aumentando ainda mais a auto-estima da criança.

A música, em si, possibilita a abordagem de diversos conteúdos e atividades de forma mais interessante e criativa. Os alunos memorizam a música e ao mesmo tempo o conteúdo através do ritmo e da forma agradável como está sendo transmitido tal assunto.

Teca Alencar de Brito, uma das colaboradoras do MEC na elaboração dos Referenciais Curriculares de Iniciação Musical afirmou que “todo trabalho a ser desenvolvido na educação infantil deve buscar a brincadeira musical, aproveitando que existe uma identificação natural da criança com a música. A atividade deve estar ligada à descoberta e à criatividade”.

A criança desde quando nasce está constantemente em contato com a música, seja no rádio, na televisão, em comemorações familiares, na rua, com a natureza. Quando ainda se encontrava no ventre, possivelmente sua mãe deva ter cantado para embalá-la em situação de total intimidade entre eles.

Especialistas em pesquisas afirmam que é de suma importância que a mãe estabeleça um diálogo com o bebê, pois de dentro da barriga da mãe o mesmo consegue perceber vibrações ,então um rock poderia agitá-lo assim como um clássico poderia portanto acalmá-lo.

O Referencial Curricular para a Educação Infantil do MEC sugere a Iniciação Musical na pré-escola. Já que o Brasil é um país musical, não fica nada difícil colocar música dentro da sala de aula. Grupos como Palavra Cantada e cantores e compositores como Edu Lobo e Chico Buarque, Toquinho e Vinícius de Morais são sugestões abordadas.

Diante das entrevistas colhidas percebo que a música estava quase que sempre relacionadas a brincadeiras, ou seja, ao lúdico. A criança é um ser lúdico e musical. Consegue rimar palavrinhas, gosta de quadrinhas, se encanta quando um adulto se pôe a cantar com ela.

O professor tem que estar ao lado dela demonstrando a magia da música que pode estar em qualquer lugar, desde em um instrumento improvisado feito com sucatas até no som da sala de aula com um Cd de concerto ou em uma peça teatral cantada ou em filmes musicais. Os clássicos da Disney como A Bela e a Fera, O Rei Leão, Cinderela dentre outros nunca dispensaram a sonoridade, a música de fundo, do tema e etc.

O processo de musicalização da criança é iniciada quando colocamos a mesma em contato com a música e ela ocorre de forma intuitiva. Os bebês ficam encantados com o som e se sentem estimulados a falar/balbuciar.

A criança explora os materiais sonoros. Ela explora o som e suas qualidades que são altura, duração, intensidade e timbre mantendo uma relação de intimidade com ele quando interage através do movimento, da voz e dos objetos musicais a partir dele.

A criança através do ensino da música ouve, percebe e discrimina os diversos sons. Ela brinca com a música,imita, inventa paródias e quadrinhas. Percebe e expressa sensações, sentimentos e pensamentos através da música. Percebe a diferença entre o som e o silêncio,e etc.

A música utilizada pelos professores que me alfabetizaram estavam mais presentes nas aulas de Ensino Religioso que era no mesmo dia em que era ministrada as aulas de Educação Artística. Dificilmente era expandida para as outras disciplinas. Hoje, já percebemos que a música é uma expressão cultural do ser humano e portanto é uma grande vantagem poder utilizar a música para internalizar alguma competência ou habilidade.

Para Bréscia (2003, p. 81) “[...] o aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo”. A música ajuda a criança a construir sua identidade no grupo social.

Para que a Educação musical tenha sucesso com as crianças, devemos nos comprometer a conhecer as canções conhecidas e de interesse das crianças, explorando ritmos, expondo os compositores nacionais e internacionais, procurar músicas de músicos e compositores regionais, explorar músicas indígenas, confeccionar instrumentos musicais (se possível, criar uma bandinha) com materiais recicláveis e alternativos.

Enfim, a Educação Musical deve ter relação com a realidade da criança possibilitando desenvolvimento de aspectos psicomotores, socialização, equilíbrio dinâmico e estático por meio de brincadeiras e jogos.

A música além de muito importante para o desenvolvimento da motricidade, da lateralidade e senso rítmico, fatores de suma importância para a aquisição da leitura e da escrita, favorece a formação da sua identidade no processo da auto-estima, da auto-realização que faz com que a criança cada vez mais vá desenvolvendo o conceito de grupo, de aceitação do seu eu e do outro e etc.

É importante que a criança se enxergue em uma plena liberdade de criação, podendo usar diversas formas de criações sonoras que vão desde a boca e as mãos até instrumentos que podem ter sido confeccionados por eles.

No trecho “[...] uma das tarefas primordiais da escola é assegurar a igualdade de chances, para que toda criança possa ter acesso à música e possa educar-se musicalmente, qualquer que seja o ambiente sócio-cultural de que provenha”, Mársico (1982, p.148) em outras palavras não quer afirmar que não é porque uma criança, em seu ambiente familiar, só tem contato com rock ou forró que ela não poderá ter contato com música clássica ou algo mais erudito. A escola tem o papel de promover igualdade de oportunidade para todos.

A música é um recurso e uma forma de perpetuação de nossa cultura que não deve ser negada a nenhum cidadão, a nenhuma criança.

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